domingo, 25 de julho de 2010

FLASHBACK # 3

Tinha 13.
Ou por lá perto...
Sim!, eu teria uns 13 anos e era Sábado.
Primavera?
Talvez...

Nesse tempo, havia aulas aos Sábados, de manhã.
Nesse tempo, nós tínhamos aulas aos Sábados de manhã!

Acordo.
Cedo?, ou tarde?
Isso, já só Deus se lembra.

Nesse tempo, custava-me um pouco levantar cedo.
Nesse tempo, se me deixassem, dormia 10 horas seguidas.
Nesse tempo, NÃO DEIXAVAM!
Nesse tempo, não se deixava, dot.sem (argumentos, claro!). Dot.com uma sensação de tirania exercida sobre os mais fracos.

Saí da cama.
Levantei-me, portanto.
Começava a acordar. Devagarzinho... parte... por... parte... até abrir os olhos.
E os ouvidos. Que ouviram.
Ouviram minha Mãe bradando, corredor adentro, corredor afora.
“Só me dão desgostos!... É só para isso que servem; é só isso que sabem fazer...”, choramingava a mais doce, a mais bela das Mulheres. A mais extremosa das Mães.
“A-Mais-Velha já fez das suas!...”, julguei.
Julgamento feito na pessoa de MC, minha Irmã mais velha.

Nesse tempo era fácil, e por isso frequente, atribuir culpas a MC, A-Mais-Velha.
Nesse tempo, MC dava muito material para isso.

Saí do quarto.
Ao cruzar-me com a Mãe, beijei-a e desejei-lhe um bom-dia, como era hábito.
O que não era hábito, era minha Mãe reagir e responder-me tão secamente!...

Nesse tempo, (quase sinto nostalgias...),
nossos cumprimentos eram muito lambuzados, muito repenicados...
Nesse tempo, namoriscávamos um pouco, minha Mãe e eu.

“Homessa!...”, espantei-me cá para o meu dentro.
“Se a Mãe me cumprimenta deste modo,
... numa manhã...
... e uma manhã de Sábado...”, eu começava a tirar conclusões...

Nesse tempo, era comum termos que resolver equações bizarras,
lá em casa, antes mesmo do pequeno-almoço.

“Ora, bem: se a Mãe me recebe assim... e, à primeira vista,
MC não está em contacto...”, constatava eu,
deitando o olho ao seu quarto, mesmo ao lado do meu.
“... Ora", seguia o meu raciocínio, "... A-Mais-Nova,
está fora de questão!”, disso eu não duvidava!

Nesse tempo, MP, a Mana mais nova, estava acima de QUALQUER SUSPEITA!
Nesse tempo, A-Mais-Nova era o “Torrãozinho-de-Açúcar”,
“O-Botãozinho-de-Rosa”.
Nesse tempo, MP era mesmo inocente, fosse lá do que fosse.
Nesse tempo, qualquer um punha suas mãos no fogo por MP.
Bem..., quase qualquer um...

Não havendo mais filhos, não havia mais presumíveis culpados.
Não restavam muitas hipóteses: “Bem, só posso ter sido eu!”, conclui.
“Mas que raio terei eu feito, que tamanha dor causasse no
amoroso coraçãozinho da mais bela das criaturas???...”, buscava eu nas gavetas e prateleiras do meu cá dentro.

Nesse tempo, a atenção que me era concedida era tão pouca...
Nesse tempo, eu fazia qualquer coisa que contentasse a Mãe...
Nesse tempo, todas as minhas desobediências, todos os meus
disparates, criancices... não chegavam a fazer mossa...
Nesse tempo, não havia consequências graves ou visíveis
por conta das minhas obras.
Nesse tempo, eu já fazia das minhas!

Segui caminho.
Optei, pelo-sim-pelo-não, por 'não me aperceber' que havia caso.
Entrei para o duche.
Saí do duche.
Entrei no quarto para me vestir.
Saí, pronto para o rápido pequeno-almoço.

Nesse tempo, ainda tomava pequeno-almoço antes de ir para a Escola.
Nesse tempo, ainda tomava pequenos-almoços.

Num meio-tempo...
algures, entre o meu quarto e o pequeno-almoço, minha Mãe,
por fim, aborda-me:
“Olha, lá: tu andas a fumar.”, disse.
Disse. Sem pontuação.
Não era uma exclamação...
Tampouco uma interrogação.
Mas não era, também, contudo, uma afirmação.

Nesse tempo, até então, nunca tinha ouvido alguém falar sem pontuação.
Nesse tempo, ainda havia muito que eu nunca tinha.

“Vieram dizer-me que te viram a fumar na Escola!”, continuou,
desta vez já havia veemência na sentença.
Eu neguei.
Eu espantei-me.
Indignei-me.
Eu insurgi-me.
Eu...
Eu não ganhei o Óscar
porque não fui nomeado.
Eu morreria negando tal.

Nesse tempo, eu não tinha inimigos...
Nesse tempo, eu também não tinha amigos...

Enquanto contracenava com o verdugo, ia crivando e descartando
os nomes duma lista de possíveis bufos.

Nesse tempo, frequentemente, a nossa actividade intelectual tinha início muito antes de nos sentarmos na carteira da Escola.
Nesse tempo, frequentemente,
antes mesmo, de nos sentarmos à mesa do pequeno-almoço.

“Mas viram-te!”, insistiu.
“Pois... terão visto mal!”, defendi-me.
“Confundiram-me com alguém. Lá na Escola,
toda a gente fuma na Sala de Convívio... Se calhar era outro qualquer...
... que talvez estivesse próximo de mim...”, argumentava, esquivando-me.
Argumentava, esquivando-me e remoendo o meu cá dentro!
“Ããããããmmm... Hummmm...”:
MATAVA a CHARADA!:
Só havia um alguém que, me conhecendo a mim, conhecesse
minha Mãe - chegando-lhe às falas e coexistisse na mesma escola que eu.
Cabra! Grande cabra!!!”, revoltei-me cá para dentro.
“Que motivos teve aquela mosquinha-morta para me denunciar?”
“Eu que sempre fui simpático para ela...”
.
A minha argumentação e o meu trabalho facial pareciam haver convencido a Mãe.
A Escola estava à minha espera, não esperando por mim.
Voltei ao quarto.
Voltei ao quarto para pegar nos Livros e Cadernos.

Nesse tempo, eu adorava levar para a Escola os Livros,
os Dossiers, o Estojo... TUDO... empilhado debaixo do braço.
Nesse tempo, tinha fôlego e genica para isso.

Possivelmente, escolhi um pull-over para pôr nos ombros.
De certo, verifiquei se o colarinho da camisa estava impecavelmente composto.
E, sem qualquer dúvida, foi
detrás da colecção dos Livros de Júlio Verne - que morava na mesma prateleira onde moraram “Os Cinco”, “Os Sete”, “A Colecção Mistério” e todo o aventuroso mundo de Enid Blyton, e onde, de entre outras tantas preciosidades, também lá habitaram: o “Aconteceu nas Berlengas” de Margarida Castel-Branco, soberbamente ilustrado pela própria, ou o “Emílio e os Detectives” de Eric Käztner, ou “Poly em Espanha” de Cécile Aubry, ou o “Fernão Capelo Gaivota” de Richard Bach, ou, ainda, de José Mauro de Vasconcelos:
O meu Pé de Laranja Lima” e “Vamos Aquecer o Sol”....
Sem qualquer dúvida, foi detrás dessa muralha.
Detrás dessa muralha que me guiou nesse tempo e noutros tempos, que,
sem qualquer dúvida,
sorrateiramente, retirei o maço de SG Filtro e,
furtivamente o re-escondi no, original, cano das meias, sob a calça esquerda.
Tenho a certeza que era a esquerda.
.
Com o mesmo ar seráfico, mas marcadamente ofendido,
insultado,
injuriado,
injustiçado

beijei minha Mãe: “Até logo.”
“Até logo, filho! Levas dinheiro contigo?”
“Sim, Mã!”
“Vê se comes algo a meio da manhã, ouves-me?”, recomendava-me enquanto o elevador descendia rumo ao R/C... e eu rumo à clandestinidade.
.
(Tinha, agora, que me pôr em guarda!... A GRANDE CABRA!)

24 para 25 de JULHO

Ora, viva!
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Hoje o dia, embora mais longo, foi MUITO mais s~e~r~e~n~o!
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Acabo de chegar de casa dos Kids, onde os fui levar. Foi, sem dúvida, um dia menos stressante que o de ontem.
Viemos todos a cantar no carro, a caminho de sua casa...
Fizémos dançar o carro, ao rítmo Disco (não dos BeeGees, mas dos ABBA) que escutávos no CD...
E bem agradáveis foram o jantar e o final da noite!
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Como tudo aconteceu assim, FUMEI MENOS.
Até agora (e vou já para a caminha do óó), fumei 07 cigarros.
É bem provável que fume um 8º, antes de escorregar para os braços de Morfeu.
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Não igualo o anterior record mas, ainda assim, "salvo a Honra do Convento"... Aquilo d'ontem, foi uma VERGONHA!
("No melhor pano cai a nódoa!", é o que é!...)
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Cabe-me, agora, tomar consciência dos aspectos a TRABALHAR em mim, uma vez que já tomei consciência que não estou tão protegido assim, nem tão forte assim, para que nos momentos/episódios de tensão resista a"resolvê-los" com fumaças.
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Isto é um processo de tese... Um tratado, no final.
De certo, um item para REFLEXÃO.
De certo que SIM.
Mas não hoje.
Não agora.
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Vou recolher à cama que me viu acordar esta manhã.
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Dorme bem, meu Dia-a-Dia!

sábado, 24 de julho de 2010

23 / 24 JULHO 2010

DIARY, my DIARY,
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naturally, the Children are already in bed, sleeping.
I’m feeling better… well… at least I don’t have to pretend, to play The Officer while they dream (on nonsense things for tomorrow…)
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Quanto às marcas olímpicas… je suis désolé!...
Chapa ganha, chapa perdida... hélas...
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Amanhã, ié:
mais logo, que seja tudo mais calmo.
Mais logo, que saiba controlar-me melhor.
Mais logo falamos mais!
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Cheers!
Até mais logo!
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P.S. : a pressa não é para ir correndo para a Night na 24 de Julho. Data esta, aposto, que quem lá passa ou lá frequenta, não 'tá nem aí.
24 de Julho de 1833 : As tropas Liberais de D. Pedro IV (Imperador do Brasil) entram em Lisboa, vitoriosas contra as tropas Absolutistas de D. Miguel (irmão de D. Pedro IV e Rei "substituto/interino" de Portugal).
REPARAI, OH JUVENTUDE: quem figura na estátua em bronze na praça do Cais do Sodré? Cais do Sodré, esse, que é um dos limites da Avenida 24 de Julho. Praça essa cujo topónimo é 'PRAÇA do DUQUE da TERCEIRA'.
Pois é! O bacano da estátua, é o Duque da Terceira, o homem que comamdava as tropas de Dom Pedro IV (Pai da Princesa Maria, que viria a ser a futura monarca do reino, como Dona Maria II).
Entre 1 shot & outro, os bacanos não falam népia destas cenas? Tás a ver?
Tásse bem!
YÁ, tásse...
(acho...)
See you!

sexta-feira, 23 de julho de 2010

23 JULHO 2010

I SEND an S.O.S
Meu Diário,
ajuda-me!
Ajuda-me a ser FORTE!
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Hoje cedo, publiquei o GRÁFICO de CONSUMO dos últimos 30 dias.
Senti-me tão orgulhoso de mim!
Inda por cima remato-o com um novo RECORD (07 cigarros)...
... Horas depois... algo se desmoronou...
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Tonight I have my Twins with me.
They will pass this night in my place and the Saturday as well.
My Kids do nothing to my nerves!
They TRY MY PATIENCE!!!!
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Until they arrived, about 6:30 pm, I had smoke only four cigarettes.
Before 08 o’clock, I had smoke seven!
Right now, I’ve smoked 10!
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Lord.
My LORD!
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Por que raio de razão me deixam tão stressado?
Será que gostam de me ver assim?
Será que, para eles, dá igual?
Que poder é este?
(Que força é esta, inimiga?)
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Mesmo quando pensámos e pretendemos
passar HORAS-DE-NÃO-OBRIGAÇÃO-DE-COISA-NENHUMA!...
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Eu não entendo.
Eu JURO que NÃO!
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São eles?
ou
Serei eu?
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Quem deverá reavaliar-se?
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Já espumei um pouco. Já ataquei furiosamente nas Xiquelétes.
A ver se acalmo...
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OBRIGAGADO pela Lombada Amiga!

BALANCÉ / BALANCETE (sem babete ou palacete) / um BALANÇO / no BALOIÇO (que já oiço, que já oiço...)

Ontem, 22 de JULHO,
completou-se o primeiro período de 30 DIAS de
REGISTOS do meu CONSUMO de CIGARROS.
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Hora, talvez, para umas REFLEXÕES..., para uns BALANÇOS...
Hora, talvez, de fazer uma AUTOCRÍTICAzinha...,
de receber umas CRÍTICAS D'OUTREM...
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Boa Hora, com certeza!
Mas, para já, segue o GRÁFICO.
(clik sobre a imagem da postagem anterior, já aqui em baixo, para aumentar)

Eis o GRÁFICO :

COMENTÁRIOS
ANÁLISES CRÍTICAS
CRÍTICAS ANALÍTICAS
SÃO BEM-VINDOS!

quinta-feira, 22 de julho de 2010

22 JULHO 2010

DIARY,
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passo apenas; não demoro.
Passo para pôr as contas em dia:
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Ontem fumei 10 cigarros.
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Já fui!.............

ACERTO de CONTAS

Há que actualizar o contador!...
(Afinal, já não apresento números faz tempinho!)
ASSIM:
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  • 14 JULHO fumei 09 cigarros;
  • 15 JULHO fumei 10 cigarros;
  • 16 JULHO fumei 10 cigarros;
  • 17 JULHO fumei 08 cigarros;
  • 18 JULHO fumei 09 cigarros;
  • 19 JULHO fumei 09 cigarros;
  • 20 JULHO fumei 08 cigarros;
  • 21 JULHO apresento durante o dia claro de 22 (até ao momento fumei 09. Não sei o que conseguirei, até adormecer!...)

"Contas com o Jorge, Jorge na rua!"

(Alguém haverá que, ainda, se lembre desta expressão?)

Qu'est-ce que je vais chercer là?...

quarta-feira, 21 de julho de 2010

21 JULHO 2010

Meu, Dia-a-Dia
( melhor dizendo: Meu-Tem-Dias! ),
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tenho estado alheio, eu sei.
Não, não te esqueci!
Não, não te troquei por outro, nem pelo outro, que tb não é actualizado dès le 14 Juillet!
Tampouco desisti. De ti ou desta batalha que, por vezes, sinto ser comigo mesmo...
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Estive, apenas, um pouco mais preocupado e ocupado do que o costume... e um tantinho desmotivado. Foi só.
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Aqui estou. Voltei.
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Hoje foi dia de Consulta de Psicologia, em Santa Marta, mas disso falo (escrevo) mais logo.
Como tenho feito gazeta, prefiro contar as coisas com a coerência Cronos:
Antes de Hoje ouve um Ontem...
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(Isso já tu sabes, eu sei! Que queres?, deu-me para o lado La Paliceano do raciocínio!...)
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... e ontem foi, tb, dia de consulta...
Esta, contudo, não agendada... Foi uma urgência.
Com esta furiosa troca de cigarros por 'Xiquelétes', para além das dores nas dobradiças das mandíbulas, começou a doer-me o ouvido esquerdo.
Como não pareceu querer passar, liguei para a Médica de Família.
Que: "Sim, sim estou a ver."; que: "Venha, venha... até à uma."
E lá abalei.
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Uma de três coisas podia ser o motivo das dores... ou... o conjunto de duas delas... ou ainda... as três juntas,
na minha perspectiva.
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Primeira coisa que podia ser motivo:
DURMO DE JANELA ABERTA e POR BAIXO DELA;
Segunda coisa:
O MASCAR CONSTANTE E INTENSO DE 'Xiquelétes' PODIA TER PROVOCADO UMA INFLAMAÇÃO ALGURES;
Terceira coisa possível:
O EXERCÍCIO DESALMADO DE MASCAR TODO O DIA TER-ME-IA FEITO SOLTAR UMA PORÇÃO DE CERÚMEN, O QUE PODERIA ESTAR FAZENDO PRESSÃO ALGURES NO OUVIDO.
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Pois bem: nem cerúmen nem inflamação. "Otite, não tem.", disse-me a Dra. Susana (a minha Dra está de férias...), "Agora, se me diz que mastiga muito e muitas pastilhas... isso pode fazer a articulação do maxilar pressionar algo, por aí...", continuou.
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"Por que não tenta trocar as pastilhas por rebuçados?... mas escolha-os sem açúcar.", inquiriu, aconselhando-me.
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E por que não troco as pastilhas por rebuçados?, pergunto-me eu.
PORQUE NÃO GOSTO, ASSIM TANTO, DE REBUÇADOS!!!
E porque DURAM MUITO MENOS TEMPO!...
Não RENDEM...
respondo-me eu!
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Seja lá como for, terei que seguir a sugestão ou encontrar uma outra qualquer. Desde que não tenha açúcar e desde que não me obrigue a mascar.
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A minha vida EXIGE, SEMPRE, TANTO DE MIM!!!!
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[O pior de tudo isto: das privações, dos controlos, das reaprendizagens, enfim destes pequenos/grandes SACRIFÍCIOS/EXIGÊNCIAS a somar ao resto da complicação e complexidade das vidas própria... O pior de tudo isto, dizia, é eu saber que, até, sou capaz de suportá-los... Mas, ai, o que isso me custa! É uma vida inteira de renúncias e moínhas. Por isso sei que sei sofrer. Só NÃO ME APETECIA ter de SUPORTAR mais NADA QUE NÃO FOSSE ALEGRIA E SUAVIDADES até ao fim dos fins.]
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Também não é uma ópera!
Eu não quero que o seja.
Eu não vou deixar que!
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Se é para trocar pastilhas por rebuçados, pois que se troque! CUMPRA-SE!
Eu até cheguei, criança ainda, a beber leite com nata (o que, normalmente me dava vómitos...), e a mastigar e engolir os 'nervos' dos bifes...
SOBREVIVI!
... pois se já sobrevivi a coisas piores...
A PROVA é que ainda aqui estou... e nada mal para a idade!...
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Este episódio acaba com uma receita de um medicamento muito conhecido. "Mas apenas se as dores piorarem... ", advertiu-me, "Olhe que é um S.O.S!", certificou-se da boa compreensão da mensagem.
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Hoje tentei não mascar... mas não pude evitar. Por um lado, a medicação que estou tomando faz-me seca a boca. Era esperado. Faz parte dos efeitos secundários.
Por outro lado, hoje acordei muito tarde (a medicação dá-me uma 'pedrada'!...) e perdi um pouco a noção do tempo... não dei pelas horas passarem.
Daqui resulta que, quando vi as horas, estava atrasadíssimo para a consulta com a Psi!
Tentei avisar a Dra S que iria chegar mais tarde - mas que estava a caminho! - mas tive de deixar recado.
Daqui até lá chegar foram alguns minutos de alguma tensão... Detesto chegar atrasado, aonde quer que seja. Detesto não poder controlar coisas tais como a demora do Bus.
Fumei 1 cigarro na 1ª paragem. Assim que olhei o painel e vi que se previa que o meu autocarro demoraria 15 MINUTOS a chegar... não me contive... embora não fosse hora, fumei um cigarro.
Quando, por fim e após o 2º autocarro, cheguei à paragem que me convinha, fumei outro. Pelo caminho, fui fumando e correndo. (Eu sei que faz mui bem à saúde!...)
Se bem me lembro ("onde é que eu já ouvi isto?")(não é nenhum trocadilho à custa do saudoso Vitorino Nemésio... saiu assim... foi só.)
Se bem me lembro, escrevia, estaria a fumar o meu 4º cigarro da jornada. (Na pior, seria o 5º... confesso que, embora os tenha contado em frente à Psi (de mote próprio!), não consigo sentir-me seguro quanto ao número que oscila, certamente, entre 4 ou 5.)
Toda a correria: do autocarro até ao Hospital; no Hospital, o subir as escadas 2 a 2 (Juro que não tenho paciência para esperar elevadores, quando estou com pressa!), fez-me chegar ao gabinete com a boca sequíssima. Mal conseguia articular as palavras.
A Dra S sugeriu-me que me fosse refrescar ao WC. Agradeci e assim fiz. Bebi água. Voltei ao gabinete e, por fim, sentei-me.
Muito pouco tempo depois, de novo com a boca seca, acabei por retirar uma 'Xiqueléte', só uma! e mastiguei-a muito suavezinho... e com os incisivos. Quase não movia os maxilares... e deste modo pude conversar sem a dificuldade da secura.
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Falámos coisas interessantes.
A minha reacção à anterior consulta com a Pneumologista - aquela postagem na qual praguejei a vermelho... - foi um assuntos que abordámos.
Falámos de mais coisas... que... não consigo recordar, agora... Amanhã quero fazer o exercício de rappel. (É importante, para mim.)
Contudo, lembro que, quando disse que entrei nessa outra consulta cheio de expectativas e entusiasmo "como as crianças, quando querem agradar e surpreender a Professora com um TPC irrepreensível...", usei esta frase, a Dra S remata, "Como nós somos", "Sim, de facto sou um pouco criança", reavaliei.
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É engraçado!, pareceu-me, pelo modo como o disse, pela expressão do seu rosto, que havia uma espécie de ternura pela minha atitude naïf...
(do género: "Que fofo!")
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Mas,
o(s) ponto(s) central(ais) da nossa conversa foi(foram):
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"Por que razão acha o Pedro que este processo de desabituação lhe está a parecer muito fácil e rápido?"
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"Porque acha que vai chegar um dia de volte-face, em que, julga, haverá um retrocesso?"
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"Será que está a aplicar o mesmo modelo pelo qual já passou, anteriormente, noutras situações?"
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Questões assaz interessantes!
Conversa interessante.
Diálogo! Não só eu a falar... há feedback do outro lado.
Muito mais eficaz.
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Eu abordei a questão do QUERER DEIXAR DE FUMAR e o QUERER, NÃO QUERO, MAS RACIONALMENTE DEVO DEIXAR DE FUMAR.
Este ponto, que me parece importante, tenho de o trabalhar na cabecinha. Tenho de ter muito bem definido, em mim, aquilo que quero e POR QUE O QUERO.
QUERO PORQUE QUERO?
ou
QUERO PORQUE DEVO?
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Já se fez tarde. Vou.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

FLASHBACK # 2

Haveria de ser Setembro.
Só poderia ser Setembro!
Nessa época, só em Setembro meu Pai se juntava ao resto da Família para gozar as suas férias de Verão. E ele era presente neste episódio. Figurava, não mais. Mas estava; logo, era Setembro.

Saíamos da praia para almoçar e, logo depois, passar pelas brasas (aqueles que eram disso; eu cá não era! E quem o é aos dez anos?).

Ao largo daquelas toalhas estendidas, um saco de palha doirada, asas e remates vistosos de cores vivas e saturadas, entreaberto. E um maço de SG Ventil.
Parecia querer ajuda para sair da sacola... Parecia chamar por mim...
Ao passar por ele... não resisti. O cinza que vestia o maço, o celofane, ao sol, brilhava... pareciam prata e vidro.

Nestas entradas e saídas, havia sempre alguém que ficava para trás – se não era a Mãe ajoujada com os seus pertences + os baldes e pazinhas + toalhas de três filhos... era eu. Molengão!

Nesse final de manhã, hipnotizado por aquele paralelepípedo e pelo seu chamamento, deixei cair, ‘por acidente’, o saco que eu mesmo transportava. Junto àquelas toalhas ‘abandonadas’ pelos banhistas, seus donos, todo o conteúdo da minha sacola se espalhou, como fiz que acontecesse.
Enquanto o resto da Família ia avançando para a saída da praia, eu ia demorando a recolher o que, propositadamente, fizera verter (o boião de Creme Nívea, os calções de banho ainda molhados, um pente talvez, forminhas com formato de estrela-do-mar, em forma de concha-vieira, em forma de barquinho, em forma de)... ganhando tempo e calculando o momento propício para agarrar o maço juntamente com algo que legitimamente me pertencesse – como se traçasse um estratagema para salvar uma princesa encerrada numa torre muito alta.
Depois corri para o carro, que meu Pai já havia posto a trabalhar ao mesmo tempo que praguejava qualquer coisa acerca da minha demora:
“É sempre a mesma pessegada! Mas por que raio nunca estão todos juntos ao mesmo tempo? O que é que aconteceu, agora, ao rapaz?”, parecia excluir-se do grupo... talvez fosse apenas uma maneira de dizer a coisa... mas isso não interessa agora.

O almoço decorreu de modo razoavelmente normal, como costumava acontecer.
Bem, talvez tenha caído ao chão um garfo ou uma faca; talvez alguém tenha franzido o nariz à terrina da sopa; talvez algum guardanapo, ou a toalha, tenha ganho uma pastilha elástica colada à socapa.
O almoço decorreu de modo razoavelmente normal, como costumava acontecer.

Eu tudo fiz, recordo bem, para não sobressair... Não me convinha mesmo nada!

Assim que terminei a refeição, muito calmamente, pedi licença para me levantar e me retirar.
Licença concedida. Beijo à Mãe. Beijo ao Pai (ou qualquer coisa quase parecida com isso – um esboço, um esquiço, um paleo-cumprimento intervindo, levemente, os meus lábios e a sua barba).

Fui ao quarto buscar o fascinante pacote cinzento e, com ele num bolso qualquer, saí. Já tinha comigo dois terços de quanto precisava (liberdade e cigarros). Faltava-me algo para fazer lume... Não o podia pedir a alguém... Lembrei-me, então, que por detrás da imagem de Sto Inácio costumava haver uma caixa de fósforos para acender uma velinha ao Santo. Fui buscá-la, e então, corri até aos canaviais que proliferavam por aquela zona, chegando a fazer de muros de fronteira entre terrenos. Aí seria o lugar ideal para experimentar o meu PRIMEIRO CIGARRO. Suficientemente afastado da casa; suficientemente denso para me sentir em segurança.
Provido de tudo, bastava-me recordar o que minha Irmã mais velha (então com 14 anos e fumadora clandestina) me dissera uma vez que lhe perguntara como se fumava: “É pá, é fácil! Pões o cigarro na boca... a ponta que tem o filtro. E depois, é pá, acendes o isqueiro e pões o lume na outra ponta. Depois, pá, puxas como se fosse uma palhinha. Assim, ‘tás a ver?”, exemplificou, “E engoles o fumo... mas depois deitas o resto fora.”, e fez sair pela boca e pelas narinas uma fumaça acinzentada, parecida com as das chaminés das fábricas. (Parecia, também, um Cuspidor-de-Fogo, daqueles do Circo). “Vês? É fácil.”
É, de facto, parecia.
No canavial, procedi, passo-a-passo, a todo o ritual que recordava ter ouvido relatar.
Do maço de SG Ventil, já aberto pelo legítimo dono, puxei um cigarro; da caixa de fósforos retirei um que fiz raspar na lixa. Cheguei a chama à extremidade do cigarro e suguei... o cigarro acendeu. (Até aqui, tudo estava correcto). E engoli o fumo que havia sugado por aquele tubo branco cheio de serradura escura.

Conheci, então, um dos maus momentos da minha recente TeenAge.
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Tossi, tossi, tossi. Tossi muito. Tossi tanto! E senti-me tonto, e sentei-me agoniado...
Deitei para o chão o cigarro, ainda inteiro. Não me recordo de o ter apagado. Sei, contudo, que não aconteceu nenhum incêndio. Só eu estava queimado: a garganta arranhada, uma sensação bizarra nas narinas e... uma tontura, uma agonia que não queriam passar.
Voltei a casa.
Bebi água.
Em nada melhorei.
Fui deitar-me. Acabei adormecendo. A ocorrência levantou questões: “Sentes-te bem, filho?”, perguntava-me a Mãe, “Mais-ou-menos.”, respondi debilmente, “Dói-me a cabeça. Se calhar apanhei muito sol na praia...”, avancei, tentando justificar aquela inusitada sesta.
Aparentemente, a justificação pareceu satisfazer a preocupação materna.
O pior estava, ainda, para acontecer, na manhã do dia seguinte.

quinta-feira, 15 de julho de 2010

Feitas as CONTAS (até ao momento):




OU SEJA:
só fumeguei seis vezes hoje.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

FUMO . FUMAÇA . FUMEGAÇA


le 14 JUILLET (1789 / 2010) :

a tomada da PASTILHA!

*
*
Allons Enfants
de la cigarrille!
Le Jour de Gloire
ARRIVERA!

........................................................
BON JOUR FÉRIÉ A TOUTE
LA FRANCE !
............................
*
SALUT, mon Journal!
+
Por lá, eles tomaram a Bastilha...
Por cá, eu tomo a PASTILHA!
.
Trocar uma DEPENDÊNCIA por outra
é o mesmo que
trocar RUGAS por CICATRIZES...
.
... Mas é assim que lá vou conseguindo...
Ontem, dia 13, atingi a FASQUIA-DO-DEZ-DE-QUE - só fumei 10 - mas foi mesmo por uma unnhita negra!

Hoje, ver-se-á se.
.
Ça ce n'est pas facile du tout!
Mais, on y arrivera! Plus tôt ou plus tard!
Aux ARMES! Aux ARMES!

A bientôt !

terça-feira, 13 de julho de 2010

13 JULHO 2010 ~~~ uma reflexão ~~~

VÍCIO vs DEPENDÊNCIA
................................................
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Toda a vida ouvi dizer:
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"Maldito vício!"
"Se quisesse, deixava aquele vício!"
"Não quer deixar o vício, é o que é!"
.
Se calhou, cheguei a acreditar nas 'vozes'. Hoje, com a idade que já carrego aos ombros; hoje, com a(s) experiência(s) que vivi - nomeadamente: a experiência de ser um VERO FUMATORE - não posso acreditar, tampouco concordar com as piedosas vozesinhas.
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Fumar pode ser apenas (?) um vício, para alguns... Tenho as minhas dúvidas acerca disso.
Creio ser uma simples questão de SEMÂNTICA. Creio, mesmo, ser a única coisa simples no tabagismo!
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Um VÍCIO é um (mau) HÁBITO, é um COSTUME (condenável), um ERRO.
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A prática de FUMAR cigarros é muito mais complexa que isso. Antes não fosse...
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Quando falamos de (um) vício, deveremos querer evocar algo como:
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Enrolar o cabelo nos dedos enquanto se come a sopa;
Roer as esferográqficas;
Dizer palavrões a torto e a direito;
Limpar o nariz sempre na manga do pijama;
Não resistir a enxotar pombos ou perús;
Não resistir a enrolar os cantos das folhas de papel de importantes documentos;
Palitar os dentes em público e ruidosamente;
Falar da vida alheia;
Arrancar nabos da púcara;
Atirar o barro à parede;
Escrever com demasiadas vírgulas;
Vociferar coisas não inteligíveis;
Entrar primeiro, bater à porta depois;
Interromper sistemáticamente a fala de alguém;
Etc;
Etc:
Et cetera...
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Toda a sorte de vícios é susceptível de abandono com, apenas, controlo intelectual - força de vontade. Basta um pouquinho de mais atenção, algum esforço, e a vontade para deixar de roer as unhas ou deixar de arrancar os botões da gabardine quando o autocarro está muito atrasado.
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E por que razão estou tão seguro do que acado de expor?
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PORQUE, em nenhum desses hábitos, existe uma DEPENDÊNCIA associada. Seguramente que não existe dependência física. Se existir uma dependência psicológica... lá está o intelecto a poder fazer o seu trabalho. Pode demorar o seu tempo, pode sim. Pode ser algo penoso, pois pode. Mas, não obstante, será sempre uma questão de FORÇA DE VONTADE.
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Já o TABACO...
O TABACO...
Melhor dizendo: O CIGARRO - é um caldeirão de substâncias químicas (a maior parte delas introduzidas pela indústria tabaqueira) que causam dependência física. Tal qual:
o ÁLCOOL.
Tal qual:
as DROGAS.
[Nas DROGAS incluo, sem reserva, os comprimidos para dormir, os pingos para acordar, as cápsulas para rir, os pacotinhos para não chorar, and so on..,]
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Contra a DEPENDÊNCIA FÍSICA de QUÍMICOS, meus Amigos:
"Boa noite! Estimo as melhoras!"
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Contra a DEPENDENCIA FÍSICA de QUÍMICOS, meus Amigos:
"Qual força-de-vontade, qual carapuça?!"
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Contra a DEPENDÊNCIA FÍSICA de QUÍMICOS, meus Amigos:
"Vou ali, já venho!"
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É duro. Não é aquela romântica ilusão do "Vício-de-Dedo".
Porque NÃO É UM VÍCIO,
É UMA DEPENDÊNCIA, isso sim.
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Talvez seja mais difícil, a um fumador, ver-se privado de cigarros, do quão difícil é, a um não-fumador, encontrar-se privado de comida.
(Falo um pouco de cor... Já passei fome - um pouco mais além da que se passa quando o serôdio jantar chega, por fim, à mesa - mas nada parecido com aquela fome com 'F'. Aquela que, além de ser sentida, é visível.
Mas estou convicto, e possivelmente errado, que a necessidade natural de alimentação não é tão violenta, tão violentamente veloz, tão secamente imperativa como a necessidade de introduzir uma qualquer substância da qual se está dependente).
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De resto, diz-nos a História, não há INDEPENDÊNCIAS sem LUTAS, BATALHAS, DERROTAS e, finalmente, A VICTÓRIA!
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De facto,
não basta
QUERER
para se
PODER.
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Isso seria uma verdade inquestionável, se dependesse só de quem quer. Para deixar de fumar, existem outros factores, outros opositores...
não é uma luta de igual para igual. Os adversários/inimigos são ferozes.
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VÍCIO e DEPENDÊNCIA
NÃO SÃO
A MESMA COISA
!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

12 JULHO 2010

HI THERE!
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Lá fui à consulta de Desabituação Tabágica - a segunda.
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Não fui consultado pela Dra Lígia, ao contrário daquilo que era previsível, por lhe haver morrido um parente próximo. Fui atendido pela, não menos simpática e NÃO-FUMADORA-MILITANTE, Dra Rita.
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Estava, juro!, à espera de uma reacção de espanto, regozijo... PALMAS, FOGUETES, FOGOS-DE-ARTIFÍCIO, GARRAFAS DE CHAMPAGNE, BRAVOS e OLÉS...
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Estava à espera, juro que estava!, do reconhecimento de umas quantas lanças em África, que representam as diversas etapas positivamente progressivas desta minha campanha.

Mas não foi tal.

"Sim, senhor, que era muito bom, que tinha baixado DEZ VEZES o consumo...", nada que revelasse uma evolução e um empenho fora dos comuns.

(Assim, como assim, já ontem eu punha a hipótese de ser uma coisa banal, trivial, ... um 'so what?')

Mesmo assim, acalentava a ilusão de surpreender... Isso ter-me-ia sabido bem... feito bem...

... logo hoje, que tive o 1º episódio de stress/tensão e... vinguei-me nas 'Xiquelétes' e não fumei.

Não vou estar com falsas modéstias contigo, meu DIA-a-DIA (seria cretino!):

Eu acho que fiz um 'trabalho' hercúleo. Eu sinto-me orgulhoso de mim mesmo. Meio banzado com os acontecimentos, rápidos e muito rosas, mas ORGULHOSO do MEU feito.
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(Bem sei! Têm-me dito que não me entusiasme tanto; que não crie expectativas... que REBÉBÉU... PARDAIS AO NINHO...)
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I DON'T GIVE A DAMN FOR!
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Vim de lá com o desafio de ZERO cigarros por dia, até dia 02 de Agosto.

Mas porque será que quanto mais dou de mim, mais me exigem, caramba?

Eu só tive os medicamentos. As estratégias foram, todas, da minha lavra. Nem uma sugestãozinha! E agora marcam-me objrctivos!? Pontaria certeira no ponto vermelho do alvo?

UMA GAITA !!!!!!!!

Não é pêra doce reduzir o consumo de tabaco, de 4 maços diariamente, para 0,29 maços EM APENAS VINTE DIAS.

EU FUMO HÁ 30 ANOS! Não há 30 meses! Não há 30 semanas!
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Eu comecei o esquema, eu o acabo.

Fixei a FASQUIA-DO-QUIM-ZÉ. Já estou apto a TENTAR uma nova fasquia - a FASQUIA-DO-DEZ-DE-QUE. E é essa que me vou propor.

DÊEM-ME TEMPO!

HOMESSA!!!
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Não tentem pressionar-me. Isso NUNCA resultou comigo! NUNCA!!!
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Mas quem é que está à espera que um fumador da minha igualha deixe de fumar, por completo, em um mês?

Tudo bem. Eu vou ao meu ritmo. Não vou dançar outra Rumba!
*
*
*
Mas ainda aprendi uma coisa assaz imteressante, durante a consulta, no Serviço de Pneumologia:
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Num individuo, a duração do desejo de fumar um cigarro é, EM MÉDIA, de 06 minutos.

Se conseguirmos resistir, ao longo desse intervalo de tempo, provavelmente, será um cigarro que NÃO IREMOS FUMAR.

Ao fim desses 06 minutos (em média), se não cedermos, possivelmente, já o nosso cérebro estará ocupado com outra coisa... já se esqueceu do desejo, coitado.

Naturalmente, esse desejo há-de voltar...
*
*
*

Depois desta consulta, tive pela 1ª vez a consulta com a Psicóloga.

Outra Simpática-NÃO-FUMADORA-MILITANTE.

Trivialidades. Falámos trivialidades. Mais ou menos transversais ao facto de ser fumador e ao redor do(s) motivo(s) que me levaram a recorrer ao apoio da desabituação tabágica.

Quer ver-me regularmente, nesta fase inicial...

P'rá semana haverá mais...
*
Por mim e por enquanto, não sinto necessidade de apoio psicológico... mas já que mo oferecem, não o vou recusar... se não for por causa da ressaca de nicotina, seja por causa doutros macaquinhos, aqui do sótão.
*
*
Por hoje fico-me por aqui.

(Não é de propósito, JURO que não é!, mas parece-me que hoje não vou superar a FASQUIA-DO-DEZ-DE-QUE... laisse tomber!)

(Já fumei os 10... e não me vou deitar tão cedo... helass!)


domingo, 11 de julho de 2010

11 JULHO 2010

Viva lá!, meu DIA-a-DIA!
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Eu por cá vou indo desfumegando aos poucochinhos...
...
... inda meio incrédulo com os resultados; pasmado com a minha reacção pacífica, serena...
... E aliviado, com uma sensação de libertação, de menos peso sobre os ombros...
...
É curioso como ao longo da nossa vida se repetem os mesmos padrões em situações tão diversas e distintas.
Eu exemplifico:
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Outrora não saía à rua sem um relógio no pulso (ou no bolso - tive uma longa fase revivalista e, então, usava relógios de bolso). Se, por acaso, me esquecia dele (já que a primeira coisa que fazia ao entrar em casa era retirá-lo do pulso ou desembolsá-lo do colete ou das calças), voltava atrás para buscá-lo, ainda que isso pudesse comprometer a minha tão estimada pontualidade.
Nowadays, se me esquecer dele, tant pis, the show must go on e não apoquento um nada! Não que tenha desprezado a mui nobre pontualidade, não! É que se não tenho horas no pulso, tenho no telemóvel, ou no tablier do carro... ou há sempre alguém a quem perguntar. A essência da mudança é já não me sentir ou indefeso sem relógio.
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Algo de semelhante ocorre, de novo, em mim.
Se, até há 20 dias, era imcapaz de considerar a hipótese de não ter comigo 4 maços de cigarros a qualquer momento do dia ou da noite, hoje basta-me ter 1 maço. E, se por esquecimento, não me aviei - pas grave! - logo logo vou comprar... sem ansiedade, sem barata-tontices. Assim que puder compro. Já posso esperar. Já sei como.
Já não me sinto à beira de sufocar por haver, apenas 4 ou 5 cigarros na caixinha, e marcar o relógio (de pulso, de bolso, de cabeceira, ...) três horas da manhã.
Esta sensação não tem preço.
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Se isto é coisa que veio para ficar (como o Toyota), não sei.
Julgo que um fumador vive sobre uma corda bamba... a qualquer momento... ZAS! CATRAPUZ!... PUMMM!... tomba.
~
Por ora, cá me vou equilibrando; sombrinha numa mão (entenda-se: pastilhas elásticas), um aro na outra (entenda-se: medicamentos) e aulas com Mestre Circense (consultas periódicas, já se vê!).
~
Amanhã, 2ª feira, terei a minha segunda consulta de Pneumologia. Irei apresentar à Dra Lígia a tabela de consumos desde a primeira consulta... talvez até faça um gráfico todo janota...
... Estou em pulgas para ver a sua reacção!
(na volta, aquilo que me parece ser um grande feito, é coisa para ela tomar conhecimento, às meias-dúzias, a cada pequeno-almoço... Hélas!)
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Isto conduz-me ao PASSO #6: NÃO FALHAR NEM UMA CONSULTA.
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Agora, e para dar descanso ao teclado, deixo o resultado da jornada d'ontem:
Deixei 9 cigarros na caixinha, donde, fumei 11 cigarros, neste Sábado.
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Vou fazer um cafézinho:
**********************a) porque me apetece um;
**********************b) porque, enquanto o faço, faço demorar um tantinho mais o próximo cigarro que, dista já do anterior, algo parecido com 75 minutos.
(lembrar que há 20 dias atrasados, cada cigarro fumado distava do anterior 12 minutos!... Isto tem que impressionar a Dra Lígia! Olá, se tem!)
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Como não tenho quem me faça companhia, vou tomar café sozinho... É um bocado triste, mas não faz mal... eu ando a sentir-me 1/2 herói - logo eu, quem disse não acreditar em heroísmos!...
É!, meu caro DIA-a-DIA:
por vezes pagamos pela língua!
~
Bom café para mim...
(e bom cigarrito - esta tem de ser escrita baixinho para a Dra Lígia não ouvir. HI! HI!)
~
Até mais!

O MEU Pretérito IMPERFEITO


*******Eu FUMAVA 80 CIGARROS por dia.

*******Tu FUMAVAS 80 CIGARROS por dia?

**Sim, Ele FUMAVA 80 CIGARROS por dia!
[ - Parece impossível ! ]

sábado, 10 de julho de 2010

10 JULHO 2010

De passagem. De corrida.
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Estou de saída... Um sabatino Paseio-dos-Alegres...
~
Enquanto me arranjava e recolhia toda a sorte de objectos indispensáveis (chaves de casa;
telecomando do carro;
óculos escuros;
etc..)-"Quem vai para mar, avia-se em terra" - dei por mim a pegar num singelo maço de cigarros. Unzinho, só... e o isqueiro - claro!
~
O interessante desta banalidade é que pode ser que passe o resto do dia fora de casa e não me fez aflição alguma não ter mais cigarros comigo.
Há 2 ou 3 semanas lá atrás, se não levasse na mochila mais três maços, para além daquele que levava, invariavelmente, num bolso bem acessível, não estaria sossegado... não me concentraria em nada mais que não fosse "Onde-Raio-Vou-Poder-Comprar-Os-Cigarros-?"
[por norma, os cigarros que fumo são mais difíceis de adquirir, não se vendem nas máquinas, nem todos os quiosques os vendem, bla, bla...]
Era 1 desassossego.
Hoje sinto-me tranquilo com aquele único maço, já aberto, no bolso dos meus calções cargo.
~
E com esta me vou... já tenho gente à minha espera... já os tenho à perna!
~
Bom Sábado!

NÃO OBSTA QUE SEJA UM BELO ESPECTÁCULO


09 / 10 JULHO 2010

Meu DIA-a-DIA,
hoje não tenho, assim a modos, nada para te dizer.
Foi banal e cansativo, o dia d'hoje.
São 0:38 - é, já, Sábado...
... só fumei 8 'garrettes' (*)
(do que me fui lembrar agora!...
Nos meus BONS & já VELHOS TEMPOS de António Arroio, era assim que eu nomeava os cigarros - os garrettes... Dizem que as palavras são como as cerejas... Os pensamentos também; qualquer um pode desencadear um outro e este último buscar mais um e... "FOI VOCÊ QUEM PEDIU UM PORTO FERREIRA?"...)
~
(*) seria o Garrett (o Almeida) fumador? Algo mais a investigar... para a minha galeria de FUMADORES FAMOSOS.
~
De resto, nada sobra.
Quem pouco tem pouco dá.
~
Fumo agora o 9º cigarro...
é para dar "Boas Noites".
~
Até amanhã, meu DIA-a-DIA.

quinta-feira, 8 de julho de 2010

08 JULHO 2010

Reflectindo...

Um dia tem vinte e quatro horas, certo?
Ok! 24 horas + aqueles pozinhos que acertamos de 5 em 5 anos. [Contas!]

Ora, se um dia contém vinte e quatro horas nada mudará esta constatação. Nem a nossa atarefada jornada nem o nosso ocioso dia; que ora se nos revela demasiado pequena, uma, ora demasiado grande, o outro...

[ Agora, ficava bem, aqui, uma frase bombástica!, do tipo:
CONTUDO-O-TEMPO-NÃO-EXISTE-!
mas não. Eu sou um tantinho mais prosaico, e não embarco no Veleiro dessas Filosofias (que, de resto, respeito – só não as entendo). Se vejo, se sinto ou se cheiro, então EXISTE! ]

Mas, aonde quero eu chegar é aqui:
COMO foi possível, no Passado-Aqui-Ao-Lado, ter fumado 4 maços de cigarros e parecer poder fumar outros tantos, caso o Tempo tivesse mais tempo que o Tempo lhe permite?
PORQUE é possível, neste Presente (e prenda!), que as mesmas 24 horitas passem tão tranquilamente... sem sombras de ser enorme, o tempo... e eu fumar tão menos?

O tempo é o mesmo;
Os afazeres são os mesmos;
Eu sou o mesmo;
Os cigarros são os mesmos (apenas em menor número)...

Tem de existir uma variável nesta equação. Caso contrário, a sua solução seria equivalente à de outrora. O que não se verifica.
A única hipótese que me ocorre, para variável, é/sou eu.
Eu é o que está diferente...
May be so...
Va savoir...

Até quando?

Para cima?
Ou para baixo?

Suavezito?
Ou subitamente?

I wonder...


Whatever… However… until now I’ve smoke only eight (8) cigarettes.
Not bad at all, I may say.
XXX
PS:
By the way, I almost forgot: yesterday I’ve smoked eleven (11) cigarettes, no one more.

07 / 08 JULHO 2010

Olá, DIARY!

[tenho, mesmo, de arranjar-te um nome. Humm...]

~

Pois, eis-me de volta.

Demorei mais do que previ, mas, tal como tinha prometido, venho apresentar as continhas (actualizadas desde a última que publiquei).

~

"Lá vai água!"
:
  1. 03 de Julho - Sábado (às 05 da manhã, quando acordei cheio de sede e com a boca seca): 01 CIGARRO;
  2. 03 de Julho - Sábado (durante a jornada): 13 CIGARROS;
  3. 04 de Julho - Domingo (durante a jornada): 17 CIGARROS;
  4. 05 de Julho - Segunda (durante a jornada): 15 CIGARROS;
  5. 06 de Julho - Terça (ao longo da jornada): 17 CIGARROS;
  6. 07 de Julho - Quarta (até este instante): 08 CIGARROS.

~

Como vês, meu Caro Diário,

não é loiro como Trigo - esta coisa de manter a FASQUIA-DO- QUIM-ZÉ...

"Mas tens conseguido até, em alguns dias, ficar aquém da Fasquia", dizes-me tu.

"Tenho. Pois tenho", respondo-te eu, mas isso tem sido episódico... Ajuda muito ter as mãos ocupadas.

E... mascar!, mascar!, mascar!

(Não sei se não iniciarei um Livro-De-Contas-De-Pastilhas-Eláticas...)

Odiaria retornar-me no rominante d'autrefois... le faiseur de ballons et de craquements... d'antan!

É que já não tenho idade para isso. É feio. Faz-me mal aos maxilares, aos dentes e ao estômago e... também sai caro! Além disso, se me rebentar um balão na cara... lá vão para o galheiro os óculos e a barba...

Era aborrecido... e não carecia...

~

[ flashBack ]

(Vou contar-te um segredo, DIARY:

eu não me contento com uma única 'xiqueléte'... Duas ou três. É, é! É assim desde menino! Lembras-te das Pastilhas Pirata? E das Pastilhas Gorila? Estas, parece, ainda existem. Pois bem: nessa época, eu só me comtentava com duas dessas ao mesmo tempo.

Um dia cresci. E o mau hábito de mascar 'xiquelétes' ou outras gomas quejandas, foi-se perdendo. Caiu por terra.

Ah! Sim! Agora me lembro: o açúcar das pastilhas e a pressão que eu exercia na actividade de mascá-las, provocava-me tais dores de dentes que... bastou para as largar.

Até então, mascava tudo. Até cola-tudo UHU. Juro!

Por altura dos meus 8, 10 anos havia descoberto, em Madrid, umas pastilhas elásticas COLORIDAS. Trouxe um pequeno stock - nessa época era muito difícil passar fronteiras com muitas compras, sob pena de ser-se acusado de CONTRABANDO!

Um dia, o stcok acabou. QUE PENA! E agora? Aquilo fazia um FRU, um tal FRISSON no Colégio!!!...

Eis que, por casualidad, descubro que, à banal pastilha Pirata ou Gorila, bastava juntar-lhe o bico de um LÁPIS DE COR - da cor mais improvável!, e trincar tudo junto... ficavam ainda mais sensacionais que las otras, las madileñas! Roxas, Ocres, Vermelhas-escuras, Cor-de-Laranja-Pôr-de-Sol, e... o MUST: PASTILHA ELÁSTICA de cor PRETA ou ANTRACITE - esta última conseguida à custa dos corriqueiros lápis de grafite.

Um dia, lá descobriram a minha façanha... e... a coisa ficou, talvez, de uma cor pouco apetecível, mesmo para pastilhas eláticas fantáticas)

~

Agora que já revelei ser a vergonha da cara de meus Pais, vou deitar-me e dormir um soninho descansado! Porque esse género de episódios não me traz remorsos ou envergonhadas confissões.

Aprendi TANTO! com esses "PARECE-IMPOSSÍVEL!"

~

Bô'noite! 'Té 'manhã!

PS: vou acender o 10º cigarro da jornada.

sábado, 3 de julho de 2010

02 / 03 JULHO 2010

Dyáryo Vyrtual,
Dyáryo Meu:
Quem é, no CyberEspaço,
mays persystente
que EU ?
.
'Tá bem, não precisas responder.
~
Pois é como te digo:
parece que lhe tomei o gosto,
e pelo caminho que sigo
vou mesmo subir de posto.
~
Isto foi só uma quadrinha de manjerico para fechar os Santos P'ra Pulares.
Agora, pra pulares, já só p'ró ano.
~
Mas como quis dizer-te, logo de início e antes da quadrinha, meu Mui Caro Diário:
A jornada de dia 1 foi ganha, com o cumprimento da FASQUIA-DO-QUIM-ZÉ.
Ah!, mas há mais:
pelo andar da carruagem, diz que o dia 2 vai acabar no mesmo... Que só fumei 13 cigarros até ao momento presente; que não irei fumar mais que 2 cigarros até adormecer; que hoje me custou mais cumprir com a FASQUIA-DO-QUIM-ZÉ; mas que haja força e manobras de distracção e a coisa lá vai fazendo, que rominar o dia inteiro me ajuda mas custa horrores aos meus maxilares... Olha, diz que voltei a fazer balões enormes com as pastilhas e voltei a dar estalinhos; que até a minha Filha já me pediu que a ensinasse a fazer balões para dentro, ao invés de os fazer para fora... Diz que anda tudo às avessas... que fumar, não fumo tanto, mas que tenho fome, que tenho sede... um desassossego.
Olha, isto é tudo o que soube.
Ah!, não! Já me ia esquecendo: diz que vou passar o fim-de-semana fora... lá p'ra casa duns familiares...
Diz que talvez não possa postar nada porque vou estar mui ocupado... mas que depois, mando a 'continha'!
~
Ai!, meu Diário... se não soubéssemos que é de mim mesmo que te estou falando, parecíamos duas comadres a falar da filha cabeleireira lá do bairro.
(Que barrigada!!!)
Será carência de nicotina?
Ai! Salvo-seja!
Diz que uma ressaca... não se deseja.
~
Visto isto e os actos, vou andando.
Vou andando, isto é,... se vossas Senhorias não precisarem mais de mim.
Muito grato!
Sendo assim, retiro-me.

SMOKE Art

LooKing for "The Last Leaf Of Smoke"
.
by MeHeMeT OZGUR

sexta-feira, 2 de julho de 2010

01 / 02 JULHO 2010

Se conseguir portar-me bem,
só fumarei mais um cigarro antes de deitar a cabeça na almofada.
E, se assim for, manterei a FASQUIA-DO-QUIM-ZÉ !
(Como prémio aceito uma Fornasetti Pilow)
*
*
Fornasetti Pilow
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